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terça-feira, 29 de junho de 2010

O sequestro da princesa Clau de A, de Fábio Tanaka

Livro: O seqüestro da Princesa Clau de A, 100 pg 1996
Editora: Editora Didática Paulista, Coleção Novos Caminhos
Autor: Fábio Tanaka


Este livro me trouxe surpreendentes revelações. A mais assustadora é que as professoras possivelmente não lêem as obras da biblioteca, fizessem isto certamente não iriam permitir um aluno da sexta seis ler este livro. Não que isto seja algo que prejudique a qualidade do livro, mas duvido que pais zelosos permitam seus rebentos próximos dos dez anos lerem conteúdo onde as insinuações sexuais surgem em diversos momentos, como na floresta da libido, o ataque das ninfomaníacas, ou na aparição de fadas taradas, ou no explícito desejo de Conde Marcondes possuir a raptada princesa Clau de A. É justamente este seqüestro que leva ao prometido da moça, Edevilson, e seu amado samurai Tak numa jornada em busca de sua libertação. Edevilson movido por seus interesses, e Tak por seu amor percorrem uma terra de criaturas estranhas, ataques de monstros, e lutas e ação em boa dose. A narrativa é feita com velocidade e a cada capítulo podem ocorrer mudanças e viradas de jogo, em páginas que misturam sensualidade, aventura, e muita ação. Creio que dificilmente se encontre este livro em livrarias, pois foi feito voltado para as bibliotecas escolares, mas quem conseguir um exemplar terá momentos de diversão, e totalmente sem noção, num enredo clássico da jornada do herói, mas contado de uma forma muito peculiar e irreverente.

Noctâmbulos, organização de César Mancini

Livro: Noctâmbulos – Contos de Terror, 135 pg, 2007
Organizador: César Mancini
Autores: Vários
Editora: Andross
ISBN – 978-85-99267-18-3


Noctâmbulos é uma antologia que reúne uma variada gama de escritores de terror. Organizada por César Mancini, o livro trás 29 autores, de diversos estados e até de Portugal, com uma discrepância de idade muito grande. Esta diversidade é muito benéfica ao livro que consegue reunir diversas vertentes do terror. No livro há contos sobre vampiros, maldições, demônios, e tantos outros monstros, tanto na forma mais explícita quanto velada do suspense. Por ser uma antologia, e própria diversidade também justifica a crueza do texto de alguns autores, notadamente iniciantes, que se revela na forma da escrita. Mas isto não é ruim não, pois dá uma originalidade ingênua ao livro, onde há contos como As sentinelas da rua Penumbra, de Tiago Tzepesch, narrado com um texto muito bem estruturado, ou O homem de papel, de Martha de Mello Ribeiro num suspense clássico, e talvez o melhor conto do livro, Bidirecionalidade Unilateral, de Bruno Miguel Resende, um autor português, que neste conto apresenta um suspense opressor, narrado magnificamente que leva o leitor participar com seus sentimentos mais profundos, como o da surpresa, e do baque sofrido pelo personagem. Enfim este livro é altamente recomendado para leitores que gostem de uma boa história de terror e suspense.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A pedra encantada de brisingamen, de Alan Garner

Livro: A pedra encantada de brisingamen, 2006, 253 pgs,
Autor: Allan Garner
Tradução: Ruth Rocha
Editora: Salamandra
ISBN: 8516050548



Um convite para conhecermos criaturas mágicas é a primeira coisa que consegui pensar para “A pedra encantada de brisingamem”, de Allan Gardner. E também é necessário dizer que ela não perde em nada para obras do gênero mais famosas como Crônicas de Nárnia e Harry Potter. Centrada na aventura de Colin e Susan, duas crianças que acabam por descobrir que há muito mais nas florestas e campos de Alderley, do que podiam imaginar. O livro trás na trama envolvente, ágil e descomplicada, porém cheia de surpresas, uma grande quantidade de entes mágicos, a maioria deles presentes na confraria do mal [com a presença de Svarts, bruxas, feiticeiros, entre outras manifestações sombrias...], e aqui entre nós onde o autor revela um grande talento em apresentar cenas tensas, que nos causam aquele frio na espinha ou susto abrupto muito costumeiro quando assistimos a filmes de suspense. Numa das cenas inclusive, tive a nítida sensação de estar olhando das melhores filmagens de Sexta-feira 13, quando Jason saia sabe-se lá de onde. Com início numa antiga lenda do povoado, as crianças, acabam por se verem mergulhadas em seu coração, numa aventura acompanhada por anões, e um mago muito carismático, embora pouco ranzinza. Cadellin. A narrativa em torno da jornada para salvar fogofrio, feita em terceira pessoa, flui de forma esplendorosa, sem cansar quem lê, mesmo em seus momentos mais tensos a claustrofóbicos. Para os que amam criaturas fantásticas, e uma boa aventura, este livro é uma excelente pedida, e quando você se der por conta, terá chegado ao seu final, que eu lhes digo, é emocionante, pois seus dois últimos capítulos são de tanta ação, que caberiam perfeitamente numa produção hollywoodiana.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A morte do cozinheiro, de Allan Pitz

Livro: A morte do Cozinheiro, 79 pgs, 1º edição, 2010;
Autor: Allan Pitz
Editora: Above
ISBN: 856308005-9

Ao iniciar a leitura de “A morte do cozinheiro”, do escritor carioca Allan Pitz, o leitor pode ter duas certezas. A primeira de que invariavelmente o cozinheiro morrerá, e que o assassino será Luiz Aurélio [E, por favor, não se queixem de spoilers, pois este segredo o autor revela na primeira página], um personagem com sérios transtornos psicológicos, que nos jogam ao correr das páginas a um mar de incertezas e dúvidas que pairam até o final, num jogo explícito em que o leitor tem de tomar suas conclusões. A obra como várias, fruto da obstinação dos que fazem literatura neste país, se apresenta de uma forma humilde, com uma edição econômica, que pode gerar certo receio dos leitores, por desconhecerem o complexo conteúdo de seu interior. A narrativa de Allan é densa, e os personagens confusos com sua própria existência, mas capazes de nos enredar na leitura, com a curiosidade em acompanhar até onde pode ir a [in] sanidade do ser humano. Pitz escreve de um modo tão realístico, que ás vezes quem está com o livro em mãos saboreando a leitura chega a tecer teorias que o próprio autor fosse capaz de tais crueldades. Por fim tenho de discordar do autor, pois a obra vai mais além do que um “épico em homenagem a dor de cotovelo”, pois a trama é quente, flui com agilidade, e o enredo mesmo tenso nos leva a consumir suas páginas voracidade por que como tudo o que interessa aos homens, no livro há mais perguntas do que respostas para tantas personalidades diferentes, difusas, e enigmáticas. Altamente recomendável para os que gostam de suspense, e uma boa trama policial, e o melhor, que não custa muito, nos pontos de venda onde o livro está presente.